Aproximar o olho de um orifício, tornar a imagem mais próxima, enxergá-la crescer diante da face. Com intenção, disparar sentimentos em cores, texturas, formatos e suportes em direção ao outro para sensibilizar. Sem querer limitar o sensível ao adorável.

Como um projétil que corta o vento a mais de mil quilômetros por hora, aqui, o coração vai ao encontro do peito para causar quedas e respirações profundas, uma sensação de vida-morte, aquele breve momento em que se percebe que viver vai além do que se pode ver. E é preciso sentir para imergir.

“Na mira há um peito. No disparo, um coração” busca estabelecer diálogos sobre o compromisso que cada artista integrante desta exposição coloca em sua arte, esboçando hipóteses, de sol a sol, na sombra das coisas, tecendo narrativas que ganham movimento e rompem as fronteiras da passividade, formulando diálogos com o mundo.

Permita-se mirar — olhar, usando o sentido da palavra em espanhol, para adentrar as poéticas dos artistas desta exposição. Não contenha o disparo do coração.

— curadoria Davi Cavalcante